as histórias geradas...
A atmosfera campestre está deliciosa esta manhã na aldeia da Foz, um vento suave trouxe tranquilidade às viagens e andanças. O calor agonizante dos dias anteriores não se faz sentir, pelo menos neste período do dia. Após a chegada a primeira ocupação do viajante das viagens e andanças foi ir ao pomar colher laranjas, convidado pela proprietária. Caminhando com atenção entre as hortaliças aprumadas na terra impaciente por água, segurando uma caixa nas mãos, pus-me debaixo da laranjeira, não terminei enquanto o recipiente rectangular não ficou cheio. Libertei a fruta do cordão que as unia à mãe laranjeira, lembrei-me imediatamente do apresamento temporário das histórias nas estantes da biblioteca ambulante. As histórias geradas por aqueles que retiram satisfação fazem-nas crescer empunhando canetas, expulsando a tinta no papel, ou batendo com dedos nos teclados dos computadores. Acabadas formam um monte de folhas escritas, passam a um processo de revisão, impressas, encadernadas dão origem a objectos fáceis de transportar e saborosas a consumir. Assim são as laranjas no processo industrial, retirar o melhor prazer de as consumir é mesmo retira-las do fio que as prende à progenitora.