As histórias me façam distrair
Hoje a manhã voltou a sorrir, o vento suave que me tocava no rosto enquanto caminhava na direcção da maior via fluvial que atravessa a meio a ponta da península, activou os músculos que teimavam obedecer ao ritmo que queria impor. No rio não se viam os patos do costume, a serenidade das suas águas absorvem os escassos raios do sol que mergulham amedrontados. Além deste que escreve, um casal e um outro que me causa espanto a sua rapidez e a distância que percorre sem se esgotar a esta hora matinal. Ocasionalmente ou consoante o horário outros também gostam de percorrer a margem do rio, vagarosos, mais apressados, andamos por prazer, enchemos os pulmões de ar, os ouvidos de melodias provenientes da passarada, e os olhos de cores vivas. O melhor momento sem dúvida para se poder andar ao ar livre, mais logo não se aguenta a autoridade que o astro possui, só de olhar cega a vista, sentir a sua energia desfalece qualquer um. Um privilégio que tenho ao estar em casa em teletrabalho é não ter de o suportar nestas tardes de verão, embora as histórias me façam distrair, ignorando-o muitas vezes.