As palavras escritas são perigosas
Ontem ao final da tarde, um hábito que efectuo em muitas outras circunstâncias, deambulei pela única livraria da cidade. Livraria, isto é, uma extensão envolvendo além de histórias, papelaria e acessórios relacionados com a escrita. Ali estou eu, a tirar a repor histórias, leio contracapas, badanas, conheço biografias, bibliografias. A ler fragmentos, cativando na memória futuras compras, perco-me, esqueço-me do tempo a passar. Estou no lado contrário, o lugar dos que frequentam a biblioteca ambulante, sob o impulso da curiosidade de conhecer mais ainda, é nestas pequenas viagens a percorrer no espaço de pouco mais 100m2, de olhar atento que encontro pequenos tesouros, incógnitos. Foi assim ao folhear um deles, sem me recordar do título e do autor, coincidente com um texto que escrevi, causador de uma pequena fricção, que não é relevante para aqui, deparei com a frase «as palavras escritas são perigosas». E para quem as lê o que são?