As palavras são...
De volta à estrada, às aldeias da minha terra, longe da ribalta regresso às pessoas, à escrita onde as palavras se soltam mais facilmente. Na aldeia do Tubaral, no largo onde tudo acontece, enquanto a padeira não chega, os diálogos giram em torno da azeitona, alguma não está madura, está assim na charneca, está assado... A chuva anunciada para o final da semana, está a apoquentar quem ainda não iníciou a colheita e tinha planeado o período de descanso mais longo que aí vem para a colher. São poucos na aldeia, mas continuam a manter os valores da ruralidade, não deixam fugir as oportunidades que as divisões do ano lhes proporcionam. As histórias não são implacáveis, retornam aos lugares onde são necessárias. A biblioteca ambulante é e será sempre o alicerce que possibilita as pontes para cada leitor transpôr e partir à sua vida, as palavras são como as azeitonas, espremidas temperam as pessoas.