Continuam a ser essenciais...
Olho ao redor da biblioteca ambulante na aldeia do Vale do Açor, persigo um assunto que me empurre a escrever o post de hoje. Aos ouvidos chega-me o som de uma serra separando partes lenhosas de árvores, são para serem queimadas nas lareiras e fogões. O frio está atrasado mas não inviabiliza a realização deste trabalho árduo. Três ciclistas aproximam-se, vêm bastante extenuados, rostos cheios de água, após concluírem a íngreme subida, logo atrás do local onde permanece a biblioteca ambulante. As minhas narinas captam o cheiro do pão a ser cozido num forno a lenha, vejo o fumo a subir e a dançar ao mesmo tempo. A vida acontece nesta aldeia, leitores só há um, os outros ocupam-se noutras tarefas, não param durante o dia. Deitam-se cedo, levantam-se com o sol adormecido, a leitura para eles nunca foi importante, mas continuam a ser essenciais como futuros leitores.