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Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

09.05.25

Continuei a voltar, até hoje ..


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A aldeia da Foz, encontrava-se localizada no fim do mundo, no meu pensamento, quando aqui cheguei pela primeira vez. Continuei a voltar, até hoje, o resultado da opinião que tinha do inicio,  não é o mesmo. O isolamento, a escassa população, sem serviços básicos, os problemas da interioridade, em tudo, semelhantes a todas as outras aldeias da minha terra. Encostada ao concelho da Chamusca, é uma porta, para uma  grande extensão,  da vida silvestre no Ribatejo. Caracterizada por um conjunto de espécies animais e vegetais. Não é o fim do mundo, é uma fronteira de territórios, Ribatejo e Alto-Alentejo. Apesar de fazer parte de uma sub-região, Médio Tejo, para mim, será sempre Ribatejo. É fácil denominar regiões, - Lezíria do Tejo, Lisboa e Vale do Tejo, Médio Tejo - com promessas, adulteram-se, consoante, desejos, orientações políticas. Conservam-se, nas aldeias, os problemas por resolver, apertados, pela imperfeição da democracia. A tarde em Alferrarede está cinzenta, ameaçada pela chuva, propagada na comunicação social, sem se precipitar, por enquanto, sobre a biblioteca ambulante. O largo em Alferrarede onde as histórias estão ao dispor de todos, está descuidado, há imensas ervas por cortar, prevalece o ressurgimento de pequenos ecossistemas urbanos. Ao contrário, nas estradas, que levam o viajante das viagens e andanças, há mais animais silvestres, derrubados, vítimas de atropelamentos. A miudagem corre atrás de uma bola no largo, empurrando-a com os pés, fintam-se uns aos outros, tentando com que esta ultrapasse linhas imaginárias. Ladeadas por sapatilhas, são as balizas possíveis no largo. Nem estas condições,  lhes tiram a vontade de jogarem uns com os outros, numa correria desenfreada. as histórias aplaudem as melhores jogadas, quando a bola passa pelas linhas imaginárias, todas ao mesmo tempo,  soltam letras a formarem a palavra GOLO. São, Gyokeres, Di Marias, a jogarem, concebidos nas suas cabeças, são crianças com futuro. Não sei. São crianças que não entram na biblioteca ambulante. 

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