Cosem estórias com linhas e agulhas ...
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A tarde perdeu as estribeiras, com a temperatura a galgar o limite estabelecido neste mês. As frontarias brancas, das casas do largo do café, na aldeia da Concavada, sobressaem com o brilho estampado do sol. As molduras de cor azul em torno das janelas, a linha da mesma cor, a delinear as fachadas. Em tudo semelhantes a pedaços de pano, bordados por mãos experientes na costura, na vida. Paredes com histórias, protegendo bocados de memórias, trechos de lembranças, fixados nos panos crus. Suportes, de escritas fantasiadas na arquitectura popular, na costura doméstica. Artes e Ofícios, transmitidos ao longo de gerações, em caixas de conservação sobre experiências anteriores, manifestando-se, quando o momento assim o exige, através de pequenos apontamentos. A Manta de Histórias, conquista leitoras, que cosem estórias com linhas e agulhas.