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Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

16.04.25

De tarde as nuvens talharam...


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As nuvens andam nas aldeias da minha terra, são claras, batidas em castelo, a envolverem as oportunidades com o auxílio da biblioteca ambulante. A batedeira usada para bater os ingredientes, as comunidades. Num copo fundo de boca larga, onde podem entrar mensagens, sonhos, paixões, dramas, informação abrangente;  as palavras misturam-se as doces e as amargas, ao sabor de qualquer leitor. Deixam-se arrefecer, tiram-se das formas páginas de letras, e colocam-se histórias em travessas, leitos acessíveis a todos os que queiram experimentar sabores diferentes. De tarde as nuvens talharam, não estão claras, racharam e largam água, não é possível combinar as ideias com a massa que as desenvolve no papel preparado para as temperaturas elevadas no forno. Quem não se interessa pela pastelaria, ou não gosta dos sabores açucarados da festa anual dos cristãos, a Páscoa, estão no café da associação cultural da aldeia. Os indícios desta concentração está à vista de todos que chegam ao espaço circundante, preenchido com vários automóveis. Não é habitual esta quantidade, só a festividade da semana que atravessamos, os trouxe de novo à sua aldeia. Reúnem-se no local onde possam estar juntos a criar enredos. Muitos deles passíveis de publicação, não tirassem eles a vontade de dormir a quem não terminasse de os ler.