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Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

Desafio dos pássaros#11 O Astérix

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Sou o gato Astérix, tenho o nome de um herói das histórias da banda desenhada, podia ter sido apelidado por gato das Botas, o da história infantil ou até o Garfield, o gato das tiras do jornal, que se tornou numa estrela de cinema. Além destes há outros mais, como exemplo, oTom, o Frajola, o Snowbell, o Fígaro, Mrs. Norris, todos eles gravitando na animação e sétima arte. A minha origem é remota, da Pérsia, acabou por se transmutar até aos dias de hoje. Trago comigo os genes do meu pai, um gato siamês, oriundo do antigo Sião, actual Tailândia, não sou famoso, mas possuo um conjunto de qualidades e características invulgares. A minha companheira de sempre foi a Pantufa, uma gata preta, de pêlo brilhante e uma cauda deslumbrante. Também ela de origens asiáticas e orientais, foram os seus olhos verdes que me desenvolveram o meu amor por ela. Ainda pequenino fui separado da minha mãe, sabia comer sózinho, embora o leite da mãe me atraísse demasiado, o afastamento não foi para muito longe, os vizinhos do andar de cima adoptaram-me. Fui baptizado com o nome do gaulês mais célebre, fiquei orgulhoso, um personagem que tantas vezes ludibriou Júlio César nos seus consecutivos intrometimentos na Gália.  Foram tantas as aventuras de Astérix com o seu fiel Ideiafix, e o melhor amigo Obélix, tendo este uma força sobre-humana constante ao cair num caldeirão cheio de poção mágica, quando ainda bebé. São histórias viajadas, percorrem aldeias, lidas por pequenos e crescidos, atravessam gerações, mudando de lugares numa biblioteca ambulante, permanecendo fixas em bibliotecas públicas. Na minha nova casa fui feliz, aí cresci, conheci a gata da minha vida, os meus donos foram inesgotáveis nos carinhos e dedicação, brinquei muito, corridas atrás de novelos de lã, de carrinhos de linhas, trepar pelos cortinados, aí os meus donos não ficavam alegres, assim como não resistia aos enfeites das sucessivas árvores de Natal, no início naturais para depois não passarem de uma imitação.  Nunca me cansei deles, até que um dia tive de partir para sempre, nunca os esqueci, também eles nunca me esqueceram e fico feliz por habitarem outra vez com outros dois gatos o Cooper e o Coby.

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