Desconfio, de quem os convocou...
historiasabeirario
O ar quente entranha-se no interior da biblioteca ambulante, as silhuetas no horizonte assemelham-se a bailarinos dançando no céu. O som contínuo, dos dragões a sobrevoarem as histórias inquieta-me, o silvo afasta-se, regressa pouco depois, de espreitarem as outras aldeias da minha terra. Temo pelas histórias, quando sopram o fogo. Desconfio, de quem os convocou, o isolamento das terras do interior, a sobranceria dos eleitos. O contentamento, a despreocupação, caminham numa rua da aldeia, ao encontro de um destino desconhecido, seja, o local que escolheram, talvez, o cabo das tormentas. Eles lá sabem. As nuvens continuam a passar, não sei, serão as mesmas que passaram ontem, tenham ido ao outro lado do mundo, estão a regressar outra vez. As nuvens não se gastam, o mesmo não acontece nas pessoas. Desgastam-se, perderam a paciência, não aguentam mais o aspecto sombrio, a expressão de tristeza das nuvens flutuando no ar. No Cabrito, as pessoas estão esgotadas no largo, deixaram o descontentamento para trás, seguiram o exemplo da alegria e da tranquilidade. Preferem a ligação na crença. Em vez de apostarem no sonho, criado pela imaginação, na leitura das histórias. Na experiência, da evolução da humanidade.