Dois homens, uma mulher e um tractor...
Grande é a azáfama, aqui muito perto do local onde a biblioteca ambulante está estacionada. Dois homens, uma mulher e um tractor, bem podia ser o título de uma história, uma enorme caixa são suficientes, para rachar lenha, deposita-la no recipiente de ferro, e no tractor percorrer meia dúzia de metros para a largar num monte a ficar cada vez mais alto. Não têm frio de certeza, demasiados movimentos, agachamentos e vice-versa, trabalho duro, para que possamos descansados nas nossas casas, debaixo das mantas, intervalando leituras com goles de chá, café ou chocolate quente, aproveitar o calor que a lenha proporciona enquanto flameja nas lareiras. No silêncio do interior da biblioteca ambulante, com as minhas leais companheiras, as histórias que me protegem da solidão que os outros julgam que eu tenho durante as viagens e andanças, ouço o som de passos. Quem primeiro deu nas vistas foi o pequeno cão, de seguida o Gregório segurando a trela que controlava o animal. O cheiro das histórias atraiu o pequeno cão, o seu focinho não parava, de um lado para o outro aspirava as palavras com uma sofreguidão nunca vista. Tomara eu que as pessoas das aldeias da minha terra seguissem as histórias assim tão rapidamente. Não tenho essa sorte, só leitores interessados, que entram e saiam satisfeitos com as histórias que a biblioteca ambulante contém. Neste espaço reduzido cercados por letras unidas umas às outras treinam a sua paixão, retirando das estantes brochuras, as cápsulas que preservam as histórias no tempo. Aqui estão na biblioteca que não possuem nas suas casas, não deixa de ser a biblioteca de cada um deles, um lugar que sempre foi e continuará a ser de livre acesso a todos. Um universo de encontros , ideologias, conhecimentos, de curiosidades e arrebatamentos literários. Hoje o Gregório não levou histórias.