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Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

E se as nuvens fossem histórias?

E se as nuvens fossem histórias? Histórias de alegria, histórias de tristeza. Histórias de autonomia, de teimosia. Muitas são de rudeza, mas também as há de surpresa. Histórias grandes, histórias pequenas, histórias de encantar, de chorar. Nuvens cinzentas, nuvens brancas, altas, médias e baixas. Umas são solitárias, de algodão como a história do João Ratão. Outras têm uma grande dimensão, constituídas por gotas de chuva, semelhantes a lençóis cinzentos, às vezes azulados, depende dos momentos. São como a história Do cinzento ao Azul Celeste. Há ainda as de brilho sedoso, cheias de cristais de gelo, com gosto saboroso. São geladas, leitosas, boas para os dias quentes de verão, assim como a história Águas de verão. Gosto de as ver passar, lá no alto, têm alturas que vão apressadas, outras vagarosas, umas voam baixinho, quase as agarramos, é um desalinho, não conseguir que as histórias, ansiosas de entornar as letras, cheguem até mim. O vento leva-as para muito longe, para outro jardim, aí germinarão palavras que se tornarão histórias de embalar, de promessas, que não podem falhar. E se as nuvens fossem histórias? Histórias verdadeiras, histórias de pessoas. Histórias da história, privadas, da guerra, da sociedade, faladas através dos tempos. As nuvens sempre atravessaram, continuam a atravessar a terra, nunca deixaremos de as olhar, de tentar alcançar as histórias que nos fazem sonhar.

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