É tempo de voltar a criar memórias
Mais umas viagens pelo espaço de um papel em branco, não pelas aldeias da minha terra, onde a observação e a presença trariam um testemunho atual da existência daqueles que privam com a biblioteca ambulante. No papel, tendo como veículo de transporte a caneta, e o entusiasmo por me atrever a viajar em algo inviolado, conduzindo a caneta, sem ter a certeza que palavras tomar para chegar a frases com sentido. Que orientem sem ter que parar repentinamente, riscando, ou mesmo borrando a cor branca do papel. Acelerando quando a indecisão sucumbe perante a linguagem escorreita, transferida pela tinta da caneta. Empregando o compêndio, sinais de pontuação, enfim uma panóplia de rabiscos para continuar até ao destino. Objetivo esse que demora transpor a folha de papel para o presente, é tempo de voltar a criar memórias, de viver, para nunca nos aborrecermos de não deixar invioláveis as folhas em branco.