Em Alvega chove ...
historiasabeirario
A estrada surpreendeu-me ao aproximar-me a levar a biblioteca ambulante à aldeia do Tubaral. O pavimento foi revestido ao longo da inclinada subida, indo para dentro da rua principal, adornando o largo da aldeia. O sítio onde a biblioteca ambulante permanece está reabilitado, apetece estar, encontrar-me com leitores junto da fonte. Branqueada para não desfazer a colocação do tapete novo no largo, chamar os aldeões a beberem das palavras do lugar onde brotam histórias continuamente. Em Alvega chove abundantemente, veio estragar a tarde solarenga, os castelos de nuvens, os lampejos de céu azul. Não sei o que aconteceu aos homens que estavam sentados na esplanada do café a dialogar entusiasticamente entre eles, bebendo cerveja ao mesmo tempo. Possivelmente a chuvada empurrou-os dali para fora, para dentro do estabelecimento. Deixei nas mesas, jornais, talvez os títulos das notícias consigam atraí-los, e as palavras lhes dêem as mãos. A chuva continua, agora ameaçada com outro lampejo de céu azul, ainda bem, desenvolve a motricidade dos leitores, tal e qual o jogo do gato e do rato.