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Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

13.03.25

Em Alvega chove ...


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A estrada surpreendeu-me ao aproximar-me a levar a biblioteca ambulante à aldeia do Tubaral. O pavimento foi revestido ao longo da inclinada subida, indo para dentro da rua principal, adornando o largo da aldeia. O sítio onde a biblioteca ambulante permanece está reabilitado, apetece estar, encontrar-me com leitores junto da fonte. Branqueada para não desfazer a colocação  do tapete novo no largo, chamar os aldeões a beberem das palavras do lugar onde brotam histórias continuamente. Em Alvega chove abundantemente, veio estragar a tarde solarenga, os castelos de nuvens, os lampejos de céu azul. Não sei o que aconteceu aos homens que estavam sentados na esplanada do café a dialogar entusiasticamente entre eles, bebendo cerveja ao mesmo tempo. Possivelmente a  chuvada empurrou-os dali para fora, para dentro do estabelecimento. Deixei nas mesas, jornais, talvez os títulos das notícias consigam atraí-los, e as palavras lhes dêem as mãos. A chuva continua, agora ameaçada com outro lampejo de céu azul, ainda bem, desenvolve a motricidade dos leitores, tal e qual o jogo do gato e do rato.