Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

IMG_20190912_103754_033.jpg

IMG_20190912_111445.jpg

 

Por atalhos, como se de uma todo o terreno se tratasse, a biblioteca ambulante nas viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra, alcançou a aldeia do Tubaral. Obras necessárias de requalificação na estrada municipal forçam o desvio, no largo S. João de Brito, na sombra de uma laranjeira, duas mulheres e um homem espreitam a vinda da padeira, suplantei a sua carrinha, estacionada no Monte Galego, numa rua  cheia de mulheres segurando sacos ao seu redor. O sol está insolente,  todavia o sopro do vento é doce e fresco, mais mulheres aproximam-se das histórias,  embora não sejam objectivo de interesse. Apoiadas em bastões, caminham lentamente, na cabeça o chapéu que as protege da impetuosidade dos raios solares. Escassos leitores abundam nesta aldeia, ousam ler o jornal que o viajante das viagens e andanças lhes oferece, pouco mais, exceptuando um ou dois sem vergonha que levam histórias. A padeira aparece buzinando interruptamente, encurralada desapareceu pela cobiça do pão, as histórias aqui fracassam perante o alimento. é curioso que esta mulher que todos dias se levanta de noite, vinda dos lados da cidade de Tomar, é leitora da biblioteca ambulante, de vez em quando, caso lhe dê a vontade, leva uma história que a empurra para poucas horas de sonhos.