Estamos cá para o que ...
OH! OHHHH! Senhor João! Senhor João! Ouvia a voz arrastando-se no ar do início da manhã, enquanto procurava uma nesga, entre os raios do sol, a ferirem-me a vista, ainda a acordar, tentando ver quem me chamava aquela hora. Finalmente alcanço o vulto, auxiliado pela mão a substituir a pala, reconheço uma leitora. Quando vai a Alferrarede, tenho dois livros para entregar. Não consegui dizer o dia, fazer uso da razão, repentinamente, não é oportuno nas primeiras horas do dia. Sem o calendário não ia longe, disse-lhe, sem aumentar a sua preocupação, para esperar, a biblioteca ambulante há de chegar à sua aldeia, terá oportunidade de substituir as histórias. O dia estava no princípio, longe de supor encontrar uma leitora, afastada da sua aldeia a interrogar-me de um modo aflitivo, por causa de duas histórias. Interiormente a sensação foi boa, o caminho nas viagens e andanças é longo, mas as impressões são óptimas. Existe receio nos leitores de superarem o período da permanência das histórias na sua posse. Ou dissimuladamente solicitam ao viajante das viagens e andanças para não se esquecer das aldeias, dos lugares do costume, onde a biblioteca ambulante se demora prazenteira. A tarde chegou, o sol e o calor, não respeitam ninguém, no caminho vi pessoas de mangueiras nas mãos a molharem as paredes das casas, atenuando a temperatura interior, tentando-o manter fresco. São batalhas difíceis de vencer nos próximos dias, a dedicação o gosto pela profissão, as histórias, de as levar às pessoas são armaduras impenetráveis que os bibliotecários ambulantes possuem para enfrentarem os excessos dos elementos naturais. Haja quem nos reconheça como merecermos. Estamos cá para o que der e vier.