Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

Estimulando com o seu regador

IMG_20190521_071318.jpg

 

IMG_20190521_064945.jpg

IMG_20190521_104253.jpg

IMG_20190521_113117.jpg

Com o rio adormecido,  a fauna que coabita nas suas margens preparando-se para um novo dia, e a Primavera a descansar, a biblioteca ambulante atravessa a ponte sobre o rio Tejo, no sentido norte/sul, nas viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra. O destino é a aldeia  do Vale de Açor, localizada na freguesia da Bemposta, rodeada por charnecas lotadas de plantas silvestres, esteva, giesta e rosmaninho, colorindo planaltos e colinas. A pequena povoação tem apenas um leitor, leram bem? Um leitor por quem a biblioteca ambulante agradece o seu compromisso cada vez que estaciona no lugar habitual na aldeia. A assiduidade é bem vinda, embora outros que se aproximam, não têm  hábitos de leitura ou nunca leram uma história, felicitam o viajante das viagens e andanças, continuam na sua passada, vão às suas vidas. Fogem das histórias, talvez num dia há muito tempo lhes tenham contado alguma? Temem perder a rudeza, os dedos grossos das suas mãos gretadas pelas exigências do trabalho, perderam a delicadeza para folhear páginas carregadas de letras. Muitos não são ignorantes, possuem uma instrução básica, afastada dos livros, continuam teimosos no ingresso à leitura. As nuvens continuam a passar devagar, impulsionadas pelo vento já cansado, são viajantes, no seu interior levam água para regar, para matar a sede, trazem esperança. Assim percorre a biblioteca ambulante, matando a ignorância, estimulando com o seu regador de histórias os desabituados e os ignorantes, sempre com esperança.

1 comentário

Comentar post