Façam procriar os paladares
A romãzeira assemelha-se a uma mulher da rua, encostada à casa, convida quem passa, a colher os frutos encarnados que dela descaem. Com os vestidos abertos, sem pudor expõem o que têm de mais delicioso, conquistando o viajante das viagens e andanças a esticar os braços e escolher as mais aptecíveis romãs. A biblioteca ambulante também se evidência, as portas abertas com as suas histórias, frutos de tantos escritores, esperam por quem atravessa a rua da aldeia e as apanhem, as levem para suas casas. Que as provem, as espremam, tenham prazer nas leituras, dos sumos façam procriar os paladares, guiem outros a estas portas. Sopra um vento gélido, a noite adianta-se na aldeia das Mouriscas.