Falar do passado ...
A suave neblina paira no ar nas aldeias da minha terra, deu serenidade à manhã, as pessoas no Tramagal aparentam estarem felizes. Falam pelos cotovelos quando abordadas para se sentarem um pouco junto da biblioteca ambulante e ouvir a história lida pelas colegas temporárias, na actividade englobada na parceria com CLDS 4 G ( Contractos Locais de Desenvolvimento Social ). O mais difícil, apesar da sedução é permanecerem, têm sempre qualquer coisa para realizar, o almoço, uma marcação na cabeleireira, beberem o café matinal, dinamismos limitados a tarefas domésticas e estarem na companhia de outras pessoas. A tarde convocou-as, entre as preferências, e pesquisas minuciosas de histórias na biblioteca ambulante, houve tempo para ouvirem a história instigadora das memórias. Na Encosta da Barata conversamos dos bisavós, dos avós, gente doutro tempo, trabalhadora, fundadores de famílias abundantes, os ofícios exercidos. A avó que fazia bolos e os vendia no mercado e nas festas à noite, saía de manhã cedo com os tabuleiros cheios de bolos, descalça, subia a calçada de S. José, no cimo, calçava-se para atravessar a cidade em direcção ao mercado. A oralidade nestes momentos não tem limites, falar do passado para não errarmos no futuro é importante nos dias de hoje.