Felizmente há muitas nascentes ...
O sol não consegue impelir para longe o ar frio na Aldeia do Mato, na fonte da aldeia a água continua a romper, também é ela que chama as pessoas à povoação, atestam garrafões como se não houvesse amanhã. É com desprazer que olho a felicidade da fonte ser tão útil, a minha só às vezes consegue matar a sede, não tem a afluência desta, a disparidade está no inesgotável fluxo de palavras. Nesta fonte as palavras não correm risco de seca, no passado fecharam-nas, não por falta destas, houve uma repressão, um controle das mesmas. Felizmente há muitas nascentes, a nossa capacidade de agir no bem e no mal é geradora de palavras, funcionamos como baterias recarregáveis, cavamos bem o poço antes de sentir-mos sede.