Fugir do presente...
Branco mais branco não há, o silêncio gelou nos lugares onde os braços do sol não penetram. A passagem da biblioteca ambulante onde o tempo atravessa devagar os dias, deixa um traço de informação. Quem se aproxima e mata a curiosidade na fonte, sai esclarecido, mais agasalhado para o que ainda vem aí. Mas a perda do sossego em virtude do organismo que não nos quer deixar em paz, encerra as pessoas nas suas casas. Afastadas não podem usar as histórias, fugir do presente, ausentarem-se nas páginas, viajar para onde as palavras as levarem. Uns refugiam-se do frio, sentados onde o sol os possa atingir, não têm medo dos raios quentes. Aproveitam enquanto o astro não desaparece, deixando as paredes sombrias outra vez mais um dia. São assim os dias nas aldeias, depois auxiliam-se no lume que estala no chão das lareiras, enquanto aquece as refeições. Finalmente, as mantas grossas, deixam de ser vistos sob o peso das mesmas na cama, até o sol se levantar outra vez.