Histórias narradas noutro tempo (revistas e corrigidas)
- Deixa cantar a calhandra! Foram estas as palavras proferidas pelo homem velho, que estava junto a mim, protegendo-nos do sol tórrido debaixo de um pequeno alpendre na aldeia da Barrada, nas viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra. Os filhos abalaram para outras terras, está só, com a velha, como ele diz. Da sua casa, lá em cima, a última, quase ao pé do cemitério, desloca-se vagarosamente até aqui. Senta-se um bocado, a ver passar o tempo, pois gente não se vê nenhuma, nem para levar um livro. Os quarenta graus que se fazem sentir, afasta tudo e todos. Só eu e o velho aguentamos esta força da natureza! Barrada, 12 de junho de 2017.