Leia uma história ...
Dia da Terra, o sol, as flores, de cores amarela e roxa, flanqueando os caminhos nas viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra. O aspecto, dos campos impressionam, tapetes de alegria a perder de vista não deixam indiferentes aqueles que percorrem as estradas apertadas. Dão esperança, iludindo a alteração do estado de emergência em que o planeta se encontra. O alívio urbano dá que pensar na aldeia do Vale de Açor, os veículos pesados a transportarem grandes quantidades de troncos. Eucaliptos, ou pinheiros, aptos para as serrações, indústria do papel e outras, são os únicos a intrometerem-se, a provocarem desordem sonora na aldeia. Hoje ainda não vi ninguém, só oiço palavras que não consigo alcançar. Ecoam nesta parcela da aldeia, onde está a biblioteca ambulante, as histórias inquietas. Há um leitor inscrito recentemente, levou livros sobre peixes do rio, até hoje, não os devolveu, estou curioso por saber se tiveram sucesso. Se o esclareceram sobre as espécies existentes no rio e afluentes. Se o acompanharam nas explorações, ou usou a cana da pesca para prender algum peixe no anzol. Saí da aldeia com um homem velho a acenar-me com um braço levantado, devolvi-lhe o cumprimento levantando o meu braço esquerdo. As leitoras da aldeia das Bicas chegaram uma de cada vez, a primeira partiu com pressa, foi avisar a segunda da presença da biblioteca ambulante. Antes, conversamos da celebração dos cinquenta anos do dia 25 de Abril. Estava casada, vivia em casa dos seus pais com o marido. Trabalhava no campo, juntamente com os progenitores, o marido exercia a sua profissão na manutenção militar, no Campo Militar em Stª Margarida. A segunda, chegou agindo com pressa, tinha que estar ao meio da tarde no Centro de Saúde, para uma consulta médica. Teme algo grave a importunar o seu organismo, uma ideia fixa, confiei-lhe o meu diagnóstico, dizendo, está tudo bem com a sua saúde. Leia uma história, isso passa. Muitas vezes os leitores dão a conhecer as emoções, o desassossego, destapam a sua vida interior. Nesses momentos sou um ouvido gigante, recomendo com histórias, procuro convencer com a imaginação.