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Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

Ler na praia, ou debaixo. do telheiro...

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A manhã está refém das nuvens cinzentas, destacam-se as ervas secas, carregadas de um amarelo forte, o contraste é bonito de se ver ao longo da estrada que leva a biblioteca ambulante. Só a chuva se ouve a bater fortemente, as histórias estão assim sequestradas pela intempérie na aldeia da Atalaia. Os leitores que gostam de ler na praia fluvial, ou debaixo do telheiro ao final da tarde ao mesmo tempo que se refrescam com uma cerveja, não virão com esta massa de água a redemoinhar rapidamente. Uma brecha não muito longe trouxe uma clareira de céu azul, cujo o limite são nuvens que se assemelham a castelos. A chuva estagnou ao mesmo tempo que o padeiro estacionou, repentinamente onde não havia ninguém, formou-se um ajuntamento pelo pão. Mesmo ao lado, as histórias anseiam ser rodeadas por aqueles que as queiram levar, serem opções no género literário, pelo tamanho das letras, ou pela quantidade de folhas, para aqueles que as procuram. É assim que escolhem o pão as mulheres que se abeiram da carrinha do padeiro.