Lugar de inconstâncias
Olhares exploradores em busca de histórias desconhecidas, ou talvez reler novelas abandonadas nas tábuas da memória. Os anos passam, a leitura, onde vai ela, nunca mais pegaram numa brochura, mãos desabituadas em acolher fantasias, dedos debilitados pela privação de dedilharem páginas de um oceano de palavras. O receio de enfrentarem as ondas de letras que pularam na criancice na escola que abandonaram precocemente. O vaivém das ondas continuou, nunca mais foram à praia, molhar os pés na tinta que lambe a areia, deixando à vista histórias disto e daquilo. Ouvirem o que o búzio tem para contar, imaginarem o que há onde começa o mar, numa viagem de ir e voltar. Foi assim, repentinamente, uma luz vibrante como a de um farol guiou-as. A praia não era como a outra, não havia ondulação, estavam num porto de abrigo, também havia palavras, aqui as histórias equilibravam-se umas nas outras, ainda assim uma ou outra mais lunática, usual neste lugar de inconstâncias.