Memória de outros tempos
Quando estacionei a biblioteca ambulante junto da fonte no largo S. João de Brito na aldeia do Tubaral, uma mulher pegando num saco, contendo uma história no seu interior, aguardava pelo viajante das viagens e andanças. A história tinha sido lida pela Sandra, a padeira que todos os dias frequenta a aldeia vendendo pão e bolos, adiantou-se à biblioteca ambulante no largo onde também se demora. Desta vez não teve possibilidade de escolher e levar histórias, no seguimento das viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra, a biblioteca ambulante voltará outra vez a esta aldeia, aí a Sandra poderá retomar a leitura com histórias novas. O cheiro de lenha a arder nas lareiras das casas da aldeia invade a atmosfera, agora não há retorno, até ao final do Inverno e pela Primavera adentro toda a que houver flameja nos dias e noites frias. São momentos agradáveis para se ler, ouvir histórias libertadas oralmente pelos mais velhos, fazer voltar à memória de outros tempos.