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Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

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O som da moto-serra empunhada pelo homem equilibrando-se no escadote a cortar ramos de uma árvore absorve a tranquilidade da tarde na aldeia. Este desafio à quietude  do lugar chamou a curiosidade, esta, trouxe as pessoas ao largo, pô-las a falar alto umas com as outras para se perceberem, mas sempre com os olhos colocados no trabalho realizado na árvore. Talvez entendam do assunto, acredito que sim, estamos num território rural, ou eventualmente não concordam com a separação, ou mesmo, da privação da vida daquelas extensões que caem com estrondo e desamparadas no chão, colorido pelas folhas que se adiantaram. Escondem assim os verdadeiros motivos da aparição, enredos à parte, a biblioteca ambulante sempre aqui se demora não tem por hábito receber visitas de leitores, embora os haja,  estão vinculados, gostam mais de estar na esplanada do café a olhar o tempo a passar, a fumar o cigarro, a conversar.  Não agarraram os genes do seu conterrâneo, o poeta António Botto, mas todos sabem quem foi, e têm orgulho da sua aldeia ser associada a um nome das letras portuguesas, contemporâneo e amigo de Fernando Pessoa.