Não existe regularidade...
Não existe regularidade na leitura, exceptuando uma escassa minoria nas aldeias da minha terra, é com prazer que o viajante das viagens e andanças oferece o jornal local, só para os observar a ler. Alguns estão debruçados de tal modo, parece que querem engolir as letras, mal se lhes vê o rosto. Sabem decifrar o conteúdo escrito, muitas vezes o movimento dos lábios a soletrar expõem a ausência da leitura no quotidiano destas pessoas. Ou mesmo a dificuldade na capacidade de entender o significado das frases. O jornal vai com eles, dobrado, debaixo do braço, na mão, nas suas casas não sei se mais alguém o lê. É uma peugada deixada pela biblioteca ambulante nas aldeias onde permanece periodicamente, é uma esperança, uma sedução aos prováveis leitores.