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Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

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O primeiro dia frio deste inverno está a acontecer hoje, na aldeia dos Casais de Revelhos uma aragem gelada varre tudo à sua frente. Se abrisse as páginas de uma história, as palavras soltavam-se, sopradas pela corrente de ar, sem obstáculos certamente voariam em liberdade para qualquer lugar.Foi de um sítio longínquo que as primeiras palavras geradas se ligaram como se de um oráculo se tratasse, dando forma à escrita dos nossos dias. Esse sopro de vida na comunicação inviabilizou que o passado se extinguisse na memória do tempo. É de um tempo há muito acabado, não fosse a escrita o aprisionar, que as primeiras bibliotecas ambulantes surgiram, viajantes que transportavam palavras sobre rodas, puxadas por animais de terra em terra. Nómadas com letras, teimosos, incansáveis na transmissão do conhecimento. Viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra.