Não há barreiras a impossibilitar ..
Há histórias novas na biblioteca ambulante, oportunidades diversas, informação local, escritas diferentes, enredos, política, ideias e acções, criadas pelas canetas de quem as escreveu, na Rússia, na América, na Islândia e Portugal. Lugares distantes uns dos outros, separados pelo oceano Atlântico e pelo Estreito de Bering, onde a tinta que dá vida às palavras, sublinha a importância da escrita através dos tempos. Não há barreiras a impossibilitar o avanço do conhecimento com a escrita, nas histórias, foi isso que fez um habitante da aldeia, do Vale de Açor. Nunca o tinha visto, ele, pelo contrário tem conhecimento da visita da biblioteca ambulante, periodicamente à sua aldeia. Veio, meteu a cabeça no interior, a espreitar cheio de curiosidade. Quer livros sobre peixes, espécies existentes nos rios e albufeiras no nosso país. Esteve muitos anos emigrado, gosta da pesca lúdica, quer saber variedades, onde e quando os pode pescar. No meu ponto de vista um novo leitor está no canal de acesso à leitura na biblioteca ambulante. Na aldeia passarão a ser dois leitores, outra batalha ganha, num conflito contínuo, pelas aldeias da minha terra. O sol escondeu-se, realçando uma aragem fria, na aldeia das Bicas. As primeiras leitoras estão a chegar, entregam, voltam a levar histórias, deixam no ar, ais e suspiros. As hortas obrigam-nas andarem numa roda viva, em volta das ervas daninhas, de sacho na mão, percorrem as parcelas cultivadas, tal e qual uma ronda num aquartelamento, garantindo a segurança das novas plantas, face a uma possível invasão de infestantes. No largo, na aldeia de S. Miguel do Rio Torto, as avós olham atentamente os netos a brincarem nos baloiços, a escorregarem furiosamente nas rampas, correndo uns atrás dos outros, em aventuras imaginárias, as quais só as histórias sabem descrever, nos parques de recriação, páginas de entretenimento onde as brincadeiras aceleram futuros homens e mulheres.