Não há jovens leitores ...
As lágrimas da charneca não param de correr, não sei se é alegria pelo regresso da biblioteca ambulante a percorrer a sua alma, a experimentar o mundo rural, ouvindo as suas pessoas, as histórias das aldeias. Pela tristeza dos dias vindouros, com demasiados velhos onde a prioridade do resto das suas vidas não é a leitura. Não há jovens leitores, ou seja, os que lêem na biblioteca ambulante não se distinguem. O sol nas últimas semanas também não consegue tornar-se notável, as nuvens abastadas, ricas em água, estão generosas a distribuir a riqueza. A terra não aguenta mais tanta bondade, na charneca, na planície, a água deixou de ter lugar, liberta-se, inunda caminhos, cria represas nos lugares onde é mais difícil de escapar. Alastra pelos itinerários das viagens e andanças a promover a vida, as palavras que não sabe dizer, as que se aprendem nas páginas das histórias, na biblioteca ambulante.