Não podemos esquecer
Burrrm! Burrrmm! Burrrmmmm! Faz o carro do velho, um papa reforma estacionado na rua ao lado da biblioteca ambulante, na aldeia dos Casais de Revelhos. Burrrrrmmmmm! Finalmente o motor acorda da sua preguiça, hesitante, aos solavancos arrancou, sem o ver ainda ouço o motor engasgando-se pela estrada abaixo. É nesta agitação mecânica que início a narrativa de hoje, nas viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra, o som da chuva a cair sob a biblioteca faz-me companhia, quase me engana. Inesperadamente umas pancadas na carrinha, tiram-me da moleza, um leitor! Traz as histórias, o guarda-chuva resguarda ambos da água que não abranda, permaneceu olhando as estantes, por fim enamorou-se, das prateleiras pularam para as suas mãos livros com histórias que não podemos esquecer, mas que temos de ter presente.