Não posso adiar mais ...
Um dilema acompanha-me há uns dias para cá, todas as vezes que o meu pé pressiona o pedal do travão da biblioteca ambulante, um som metálico e prolongado é audível. Os dias passam e o som está cada vez mais agonizante, as pastilhas do travão de uma das rodas necessitam de serem substituídas, até aqui tudo normal. Por motivos de agenda a biblioteca ambulante recentemente esteve ausente das aldeias. A minha hesitação não pode prolongar-se, uma paragem na oficina, com os colegas mecânicos a subsistirem o que está danificado resolverá o problema. Infelizmente a permanência nos bastidores das viagens e andanças vai coincidir nas visitas às mesmas aldeias da última ausência, como atrás referi. Percebem agora a dificuldade, nas incertezas no prosseguimento das viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra. Os leitores destas últimas localidades só em Agosto vão poder renovar as histórias, o viajante das viagens e andanças também tem férias. De uma vez por todas compreendam a importância das histórias na vida dos leitores, da influência da biblioteca ambulante nas aldeias. Não posso adiar mais, correr o risco de danificar ainda mais os elementos que mantêm a segurança das histórias e dos outros que cruzam com elas nas estradas. São os leitores que ficarão prejudicados, é o viajante das viagens e andanças ficar amofinado nos dias que se seguem, conquistar leitores não foi, e não é fácil. Após a vinculação, os leitores mantêm-se, com as novidades nas histórias, na assiduidade constante nas aldeias, só assim os alicerces vincam. Não quero perder anos de conquistas, capturando leitores, iniciando amizades, com ausências às quais as histórias são alheias.