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Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

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As árvores despem-se sem pudor, na sensualidade das folhas a caírem após despegarem-se daqueles que foram os embriões das suas curtas existências, espirais ao redor de uma vara imaginária, num bailado no qual os meus olhos se enamoram.  A serenidade das cores acompanha a despedida tranquila destes pedaços cheios de nervuras, filamentos que transportaram vida terminam no chão frio e molhado. A agitação do vento parou, agora é tempo de colocar os enfeites de Natal  no Mercadinho da Fonte, a chuva perdeu-se algures no cimo da floresta, há tempo para decorar, para estar no exterior a  falar disto e daquilo. Aqui como noutras aldeias, o importante é estar, aparecer, só assim se convence a normalidade do sítio. A biblioteca ambulante faz parte do hábito, após sucessivas permanências. Nestes momentos profundos nasce a empatia, a confiança de quem chega de quem sempre está, os jornais são o elo, o ponto de partida para grandes momentos de prazentearia de confidências. Gosto de fazer parte desta gente, de ouvir, de aprender, ser o degrau para outras histórias.

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