No campo, as flores são ...
O vento intromete-se na rua da aldeia, empurra vigorosamente quem se atreve a caminhar por ela adiante, ao encontro de um destino igual aos dos outros dias. A mim, levou-me, juntamente com a Sílvia, a Coimbra, onde a biblioteca ambulante compareceu na passada quinta feira, no 1º Encontro de Leitura em Trânsito. Em Coimbra, a subir, vistosa, captando olhares curiosos à sua passagem, como Leonor, nos versos do poeta, formosa, e não segura, nos meandros, nas ruas estreitas, um afluente, a desembocar num rio a correr num patamar mais acima. Na Alta coimbrã lá estavam as outras bibliotecas ambulantes, unidas numa fraternidade sem igual. O centro histórico da Universidade de Coimbra foi o lugar escolhido para permanecermos. A Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC), foi o local das partilhas, da troca de experiências. De ouvirmos falar sobre António Quadros, da sua vida, do seu pensamento, dos livros que escreveu, do seu trabalho com a comunidade, nas bibliotecas ambulantes, cujo serviço dirigiu na Fundação Calouste Gulbenkian, após a morte de Branquinho da Fonseca. No exterior, próximas da secular Biblioteca Joanina, as bibliotecas ambulantes de portas abertas, recebiam visitas dos estudantes, desafiavam futuros bibliotecários, intrigavam olhares curiosos dos inúmeros turistas, fotografando-as até à exaustão. Nunca a difusão da leitura, das bibliotecas em geral, o trabalho dos viajantes das viagens e andanças, a importância de levarem livros às pessoas nos seus territórios. Tentando atenuarem a solidão, o isolamento nas aldeias, esteve em tão elevada evidência. O trabalho dos curadores do evento, sempre atentos ao conforto daqueles que conduziram os vários acervos bibliográficos. Obrigado aos três mosqueteiros, os personagens actuais nesta história, Alexandre Dumas ficaria orgulhoso. Abrindo, uma a uma, as páginas deste novo livro, as palavras trazem esperança e força, leio, como desembainham muito bem as respectivas armas, a defenderem o conceito original da biblioteca ambulante. No campo, as flores são ondas de cores impelidas pelo vento, o mesmo que despenteia as pessoas, que traz a confiança, as novas oportunidades às aldeias.