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Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

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A biblioteca ambulante comporta-se como uma flor, no largo, vestida predominantemente de amarelo e outras cores alegres, a seduzir prováveis leitores, a voarem ao redor. Assim fazem os insectos a recolherem pólen, transportando-o depois para outras flores, provocando a fecundação. Os leitores atraídos vão contribuir, a repartir as palavras absorvidas, pela aldeia. Vão actuar de maneira a formarem outros leitores e assim sucessivamente ao ponto de gerarem um grupo de leitores na aldeia. Quem diria, aquela a flor na quietude do largo, está a contribuir para a sustentabilidade do lugar. Assegurando a permanência das pessoas, a manter as fraquezas afastadas o mais longe possível. O fremir, os zumbidos, interrompem o silêncio no largo, as pessoas nem por isso. Não as há na aldeia, mesmo assim, a flor não perde a sua graça, vaidosa, dança com o vento delicado. Nos seus braços não tem medo de tombar, o largo transformou-se numa pista de dança, nele as pessoas dançam com a flor. Aventuram-se a lerem as palavras contidas nas histórias. No largo, a mulher sentada lê o jornal, o gato nem para as letras olha, não vá encontrar o Snoopy escondido, nas palavras que a flor deixa voar.