Numa das mãos segura o seu pão
Foi na renovada estrada de acesso à aldeia do Tubaral, que a biblioteca ambulante com as histórias estacionou no Largo S. João de Brito, nas viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra. A carrinha da padeira foi a primeira a parar no lugar mais movimentado da aldeia, onde se recebe e dá boas e más notícias, onde os enredos, confusões ou tricas, como lhes queiram chamar, ganham dimensão na transmissão de boca em boca. No café do Lola, uma velha comenta que a padeira não tem fregueses. Andam na azeitona, diz o viajante das viagens e andanças, a conversa pouco mais se desenvolveu, de volta ao largo, a padeira entrega um saco com trés ou quatro papo-secos, a uma mulher. Afinal a venda do pão garante a permanência da padeira, antes de prosseguir para outra viagem no intuito de esvaziar a carrinha, teve tempo de visitar a biblioteca ambulante, com olhar atento percorre as estantes. As histórias dão nas vistas, querem ser seleccionadas, não foram todas, mas uma teve sorte de ser eleita. Foi assim que vi a padeira caminhar no sentido da sua carrinha, numa das mãos segura o seu pão, que a alimentará nos momentos livres dos próximos dias.