Numa história que os...
Ultimamente as manhãs têm-se iniciado confundindo o viajante das viagens e andanças, a névoa é tanta que nunca se sabe como crescem e terminam os dias. À primeira vista a leitura ficou para segundo plano, não é bem assim, os dias agora são pequenos para a colheita da azeitona e para frequentar a biblioteca ambulante. Só há tempo para a primeira, ainda o sol se espreguiça já os panos de cor verde se assemelham a tapetes numa enorme sala em volta das oliveiras. As histórias aguardam que as terminem, colocadas em cima de mesas, sofás ou outras mobílias espalhadas pelas casas, parecem abandonadas. Mas não, cada vez que chegam, após um dia de trabalho entre o olival e o lagar, ainda as encaram nos lugares onde ficaram desde a última vez que um capítulo, uma frase, um ponto final, até mesmo uma vírgula terminasse a leitura. Imagino a tentação de continuar ou mesmo pôr fim à história, mas o cansaço é demasiado para os corpos, muitos deles já velhos. Sem grandes dificuldades aquecem o que restou do almoço ou mesmo do jantar do dia anterior, comem sem lugar para grandes diálogos, para pouco tempo depois se deitarem. Rapidamente ficam envolvidos numa letargia, numa história que os levará a outro dia.