O caminho não é fácil
Gosto de ler, presentemente aprendi apreciar a escrever, descobrir palavras novas, a realidade do que estou a escrever é tanta que o dia ultrapassou outro, estou sentado na mesa olhando o monitor do computador, aplicado para não cometer erros ortográficos. O lugar onde componho está escuro, só a pequena luz de apoio cai no teclado, auxiliada pelo brilho da tela. As janelas estão abertas, deixando entrar o ar fresco e o ruído dos motores dos veículos, uns impacientes, outros mais tolerantes. O rio corre lá em baixo aproveitando o brilho da lua para se tornar visível, para alguém escrever nas suas águas, afogar os pensamentos. Regressando ao início do texto, à leitura e escrita, desde muito cedo me enamorei pela literatura policial, uma escrita mais periférica, mas foi através da mesma que se revelaram escritores, os seus textos foram berços para os mais variados filmes, uns mais literatos que outros. Raymond Chandler, descendente de irlandeses, Agathha Christie, através da leitura de Charles Dickens e de Jane Austen, se transformou numa escritora notabilizada, Georges Simenon, com o seu invulgar inspetor Maigret. Mais recentemente Patricia Highsmith, iniciou a carreira escrevendo roteiros, James Ellroy, cuja mãe foi vítima de assassínio, tendo um crescimento atribulado no mundo do álcool e drogas. Outros ainda com pouco tempo de existência no mundo literário, são escandinavos, os seus romances originaram séries de TV e filmes, criando expectativa a quem os lê por novas histórias. Com estes e muitos outros, conheci territórios, cidades, usos e costumes locais. Foram importantes, uma linha de partida para outras leituras, descobrir autores novos, géneros diferentes, aprendi a gostar de ler. A escrita surgiu há pouco tempo, um processo difícil, e motivante ao mesmo tempo, um desafio à capacidade criativa. O caminho não é fácil, há momentos em que o efeito de escrever é incapaz de progredir, noutros não se consegue esgotar.