O campo verde ...
A manhã aproxima-se do fim, está frio, a aragem aproxima-se repentinamente e afasta-se no mesmo instante, joga ao toca e foge. O sol está impotente perante este sopro dissimulado, aguardo um leitor que anda metido na horta, nunca mais se lembrou que a biblioteca ambulante tem presença marcada na sua aldeia. A conservação destas parcelas de terreno afasta-os da evidência, andam ali um bocado a falar com as plantas, acarinhando-as, ralham com as ervas invasoras, com as lagartas que não param de desbastar as folhas tenras das couves, boas para a sopa com o feijão e o cozido, na panela. Fui almoçar, entrei em contacto com o leitor esquecido, organizamos um encontro rápido para trocar de histórias, a sua aldeia está situada perto da estrada que leva a biblioteca ambulante à próxima aldeia que está calendarizada ao início da tarde. Novamente na estrada, o campo verde é um livro aberto, uma liberdade inexplicável, onde as palavras são flores e a charneca uma história inacabada. A biblioteca ambulante a caneta, cujo aparo não se cansa de escrever para perpetuar estas narrativas.