O compêndio...
No largo as árvores estão despidas, um livro sem palavras, não fossem os galhos nas suas formas excêntricas estaria na presença de espectros alinhados. Estas velhas árvores ladeiam o largo da vila, são margens na vida deste, e das personagens que o tempo aqui escreve. De mãos nos bolsos, de cigarro na boca, passada lenta, apressada, vão quase todos desembocar no café da esquina. Os pares enlaçados demoram o tempo que for preciso a atravessar, beijos demorados por entre olhares cheios de ternura e sorrisos de cumplicidade. No final da escola a pequenada de mochila às costas, vigiadas pelos avôs e mães, gastam a energia acumulada na sala de aulas, expelem emoções próprias da idade. A biblioteca ambulante faz parte da história do largo, é o compêndio que auxilia o tempo na escrita interminável, determinando o uso correcto da língua na história do largo.