O dia seguinte virá mais depressa
A temperatura trepou mais um pouco, o vírus conquistou mais território, nas viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra, a normalidade prevalece por enquanto. As histórias ao contrário da bactéria não evoluem tão depressa para mágoa do viajante das viagens e andanças. Ainda assim a pouco e pouco conseguem atrair mais leitores, se a leitura expulsasse de vez este organismo microcóspico, a biblioteca ambulante não teria as estantes repletas de histórias, seriam poucas para muita procura, para os que lêem habitualmente, para os que sabem ler e para a leitura em voz alta para os que não conseguem alcançar as letras. Não acontece desta forma, mas a biblioteca ambulante poderia ser um transmissor de informação na prevenção do contágio desta doença, se é tanto o alarmismo, porque não recorrer a estas máquinas infernais (palavras de Nuno Marçal) de levar e dar histórias pelas populações afastadas. O acesso à informação não é esclarecido como nos centros urbanos onde a informação é mais diversificada, sendo a biblioteca itinerante uma viajante que galga quilómetros alcançando várias aldeias semanalmente é estranho não ter ainda papeis, folhetos, contendo textos de sobreaviso e de medidas a dominar. Na aldeia da Amoreira, a padaria não se cansa de receber fregueses, que procuram o alimento mais primodial na cadeia alimentar de todos nós. Além desta ainda há a mercearia o café e a biblioteca ambulante, todos eles de portas abertas aos locais e um ou outro forasteiro que por aqui passe. O ponteiro do relógio ultrapassou as cinco horas da tarde e a temperatura está nos 27º centígrados na aldeia de Rio de Moinhos, a escola aqui perto devolve as crianças aos pais que os esperam no interior dos carros na rua. Os dias aumentam, há tempo para brincadeiras, descomprimir os momentos mais atentos ao que os professores lhes ensinam, depois um olhar aplicado pelos deveres escolares, jantar e cama, acompanhados por histórias da biblioteca ambulante. O dia seguinte virá mais depressa.