O futuro da aldeia não ...
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A tarde amena na aldeia do Souto, trouxe a biblioteca ambulante à Festa do Futuro, um conjunto de actividades numa aldeia, igual a todas as outras aldeias da minha terra, onde não acontece nada. Exceptuando as romarias anuais, os funerais, os casamentos, cada vez mais raros e aparatosos. As crianças aprendem jogos tradicionais, fazem inscrições numa parede, perpetuam a Festa do Futuro, o dia em que as histórias também são uma fracção do evento. O futuro da aldeia depende dos jovens que estão dinamizando as acções durante os dias do fim de semana. Não são naturais da aldeia, vivem em Lisboa, as suas raízes ainda os seguram, os avôs, os tios, a família que não teve a coragem para fazer algo difícil, separar-se da terra que os viu nascer. Prometem que é para continuaram com o acontecimento, nas romarias anuais estão sempre presentes, alguns intervalos semanais também os conseguem demover de permanecerem na grande cidade. Conversas dispersas, agarradas sem querer, referem a tentativa de trabalho à distância, uma semana para começar, depois logo se verá, a entidade patronal tomará uma decisão. As possibilidades pairam no ar da aldeia, nas outras também as há, a biblioteca ambulante fixa leitores, hajam políticas para estabelecer pessoas, criar memórias novas.