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Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

 

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As papoilas, plantas espontâneas continuam a aparecerem em todo o lado, na charneca, nos terrenos fronteiriços com as aldeias. O início da primavera traz sempre lampejos vermelhos destas flores a estenderem-se até as perdermos de vista. Os leitores são um pouco assim, um brilho passageiro que acontece na biblioteca ambulante de manhã ou de tarde nas viagens e andanças com letras. Um remédio para as histórias todas as vezes que experimentam ler as suas páginas. No antigo Egipto chamavam à papoila a planta da alegria, o mesmo sentimento interpreta o viajante das viagens e andanças, o bibliotecário, quando vê aproximarem-se leitores ao campo semeado de letras. Efémeros na Terra, e atacados por procedimentos modernos,  herbicidas para os que têm  hábitos de leitura, ao ponto de dissuadirem alguns dos livros. As histórias correrão assim o risco de desaparecerem por falta de polinizadores, serão raros os que lêem no papel num futuro próximo. É necessário dar solidez às histórias, com as bibliotecas ambulantes, infestando as aldeias com leitores, estes não têm problemas de as lerem em qualquer sítio, na sala, no quarto. No jardim, em canteiros e floreiras, as papoilas desenvolvem-se em locais de exposição solar ou de sombra incompleta.