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Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

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O perfume das recentes flores invade o lugar onde a biblioteca ambulante aguarda os leitores, em Casais de Revelhos. O chilrear dos pássaros absorve todos os outros sons, os ecossistemas que cercam e coabitam na aldeia estão numa grande exaltação. Capaz de esquecer a pouca distância do casario, a vida animal continua alheia aos aldeões, a manterem diariamente as hortas em condições. Para que os legumes, as hortaliças cresçam sem ervas invasoras a importunar. Ao mesmo tempo, rasga-se a terra, planta-se e semeia-se, as árvores, transformistas, ficam bonitas, mais delicadas e femininas. São autênticas drag, escondendo a sua masculinidade debaixo dos inúmeros saiotes verdes, exageram na maquilhagem, com o floreado sumptuoso. O palco é a charneca, os campos encaixados nos vales, a arte perfomática inicia-se com o vento, a dançarem de um lado para o outro, cheias de vigor, de liberdade. Narram histórias, badaladas, mexericam a vida social nas aldeias, na charneca. Imitam sons, dos pássaros, os murmúrios da solidão, o silêncio das pessoas. Na literatura, muitas foram as palavras relacionadas com personagens travestidos, escritas por vários autores reconhecidos. Virgínia Woolf; Charles Dikens; Alexandre Dumas; entre outros. Na biblioteca ambulante o transformismo chega com os leitores, a imaginarem, a conferirem o aspecto dos personagens, actuando como eles nas histórias que lêem.

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