O serviço público a acontecer
As árvores fatigadas, libertam-se da sua folhagem, protegem-se do inverno, das fortes ventanias que as podem derrubar, livram-se de corpos estranhos desnecessários. A biblioteca ambulante nas viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra, estaciona defronte do Centro de Dia em Alvega, abriu a porta grande para soltar as histórias, com todas as letras e palavras, ilustrações, necessárias ao entretenimento dos mais velhos que aqui se fecham durante o dia. As histórias se assim o desejarem vão com eles para suas casas, um até levou para Lisboa a que estava a ler, disse-me baixinho ao ouvido, como se tivesse cometido uma maldade. No Monte Galego, o José esperava sentado tendo o saco das histórias pousado ao seu lado, como uma mola, ergue-se rapidamente, num abrir e fechar de olhos estava à minha frente a colocar as histórias no pequeno balcão da biblioteca ambulante. Debruçado, elegeu histórias policiais, confidenciou estar a ler a história «O código da Vinci», ressalvando que a tinha adquirido através de uma compra. Fiquei orgulhoso, o seu início na biblioteca ambulante, foram com histórias de leitura mais ligeira, devagar avança para enredos mais complicados, finalmente já as obtém nas livrarias. A biblioteca ambulante cumpre na promoção da leitura, seduz e forma leitores. O serviço público a acontecer!