O sol está a fugir...
A desenrolar a tarde, como se estendesse um velho papiro, o viajante das viagens e andanças espreita esta parte do dia soalheira, junto da igreja da aldeia se algum leitor rompe o fundo da rua. Até ao momento só automóveis, cujo som rabugento dos motores inutiliza a cantoria dos pássaros. O relógio da torre sineiro de vez enquanto espirra ruídos estridentes que assombram os mais distraídos, sou um desses. Envolvido no texto e em tudo o que ele me exige, concentrado nos meus pensamentos, chego a saltar do banco quando aquilo me entra pelos ouvidos dentro. O tempo não avisa, mesmo devagar, anda apressado, olho outra vez para o começo da rua e nada, estarão esquecidos, ou andarão ocupados com qualquer coisa. O sol está a fugir, o tempo não volta atrás, os leitores a dormir, as histórias a sorrir. Estou capaz de lhes transmitir que a biblioteca ambulante já chegou.