O vento leva tudo...
O vento leva tudo, despenteia os cabelos do leitor, desgrenha as folhas dos jornais, entra e sai violentamente na biblioteca ambulante. As copas das árvores debruçam-se, assim ficam sem conseguirem aprumarem-se. As histórias encolhidas nas estantes ouvem os assobios do vento, tanto que agora só querem ir dançar, rodopiar na ventania, ao som agudo da passagem do ar por entre as folhas. Este momento de festa não é para qualquer um, no seu lugar o viajante das viagens e andanças, observa a inquietação onde está envolvido. A instabilidade climatérica sobressai a cada dia que passa, a ausência de firmeza daqueles que lêem, talvez nunca leram nada, ou lêem só o que querem, pode trazer ainda mais insegurança à condição e qualidade da nossa existência futura.