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Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

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Num dos confins do território das aldeias da minha terra, a biblioteca ambulante com as portas abertas tenta a sua sorte, na eventual presença de algum leitor. Adiante, o limite da região das viagens e andanças impede as histórias de irem mais além. A fronteira é uma linha imaginária, os automóveis aproximam-se oriundos dessa linha, outros dirigem-se na sua direcção. A escrita não tem fronteiras, as palavras disseminam-se como a tinta derramada de um tinteiro, deixando a mensagem firmada por onde passa. A distância, separa as pessoas nas aldeias da cidade, impossibilita o acesso aos bens materiais, de consumo, às histórias. A curiosidade não tem fronteiras, é raro o dia em que esta se aproxima observando indecisa, entra com o olhar metido, entre as folhas, ou superficialmente nas capas das histórias. Na biblioteca ambulante não há barreiras a impedirem o acesso aos leitores, aos que não querem ler, ou não sabem. Aqui as palavras alcançam as aldeias da minha terra sem limites, nas linhas que a história tece. Os raios solares estão mais altos, estendendo o brilho longinquamente, ultrapassando a linha imaginária. Sabe bem receber a aragem, soprada pelo vento rebelde. O vento não tem obstáculos que o impeça de chegar onde quer, motivado por inúmeros factores meteorológicos, traz e leva histórias por onde passa. Ir de vento em popa, vão as histórias diariamente, sussurram no caminho, nas aldeias da minha terra, despertando sorrisos.