Observado cá de cima
Ao final da manhã as pessoas deslocam-se apressadas pelas ruas e praças, a primavera não atinge o seu auge, a neblusidade estabelece-se, borrifando a parte inicial do dia. Sem esperar, na direcção do objectivo, alcanço o passeio encostado ao muro alto do castelo, os canteiros isentos à meteorologia estão ornados de flores coloridas. Os olhos precipitam-se ao alcançarem a configuração natural da sinuosidade do rio, dando aspecto a uma pera na sua margem norte. Tudo é minúsculo observado cá de cima, até uma máquina agrícola riscando a terra altera-se em algo irrisório. As nuvens aqui estão mais perto, deslocam-se apressadas, umas mais cinzentas que outras para montante, até perder de vista, o panorama é extenso, logo ali as terras planas de Coalhos, cheias de pontos amarelos e vermelhos, mais longe o início do vale que se estende até à aldeia do Vale Zebrinho, para a esquerda a aldeia das casas baixas o Pego, continuando no mesmo sentido as Mouriscas o Sardoal. Noutra orientação o Rossio ao Sul do Tejo as Arreciadas, a coluna de fumo da chaminé da caldeira de escaldar a cortiça da Sofalca tanta vez se confunde com ignições na floresta, mas não passa disso, o resto é terreno plantado de mata.